10 de outubro de 2019

Você já se imaginou pilotando um avião, escolhendo o seu destino, tendo o controle da decolagem ao pouso em suas mãos?

Já instalado na cabine, colocaria ali todas suas expectativas de partir em uma nova aventura.  As rodas do trem de pouso começam a girar, o conjunto a deslocar-se, ganhando velocidade até que então, num átimo, o milagre acontece…

Pronto: você está voando! Quando se percebe, está no alto e um sentimento de vitória surge. Você quase não acredita que conseguiu. Então, eis que alguns ruídos vindos do compartimento de bagagens chegam para intrometerem-se, na tentativa de interromperem sua viagem, até fazerem o avião pousar. Essas bagagens carregadas com objetos e roupas velhas, que você não usa mais e esqueceu de jogar fora representam, também, as suas crenças adormecidas. Os paradigmas instalados em seu programa mental ainda quando criança.

Latentes, no fundo do seu inconsciente, eles pulsam incertezas e expulsam gentilezas. Sem compreender, você tenta voar mais alto, mas sons e vozes ressoam e insistem a lhe dizer que você não pode ir além, pois não é digno de tal intento. Assustado, instintivamente, você puxa o manche e o direciona para a posição de aterrissagem. Assim, permitindo que a autossabotagem ganhe força, você ganha a depressão, a tristeza, a melancolia.

O conflito se instala, o medo toma conta e paralisa sua capacidade de prosseguir. Sua mente, mesmo entorpecida por sentimentos antagônicos, ainda busca uma compreensão para manter-se no plano de voo. Então, independentemente do lapso de tempo percorrido, em algum momento você sempre pode se dar conta de que o manete de seu destino, ainda se encontra em suas mãos!

Boa reflexão…

Gisela Purper Barreto – Escrita Criativa – Psicóloga clínica/Pós-graduada em Arteterapia