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17 de outubro de 2019

Intérpretes por natureza, no palco da vida, somos apresentados cotidianamente a vários formatos de personagens para que possamos desenvolver com arte habilidades cênicas muitas vezes não observadas.

Já na infância, aceitamos como verdades aquilo que nos é permitido (ou não) fazer. Num instante, acreditamos ser um super-herói.  Então, do alto do telhado de casa, contemplamos as estrelas, viajamos pelas galáxias, descobrimos novos planetas. Quando voltamos desta viagem intergaláctica, ainda que sem nenhum arranhão, esbarramos numa voz a nos repreender por tal comportamento, bravura, coragem, ou por ver o que ninguém mais vê.

Essa voz nos diz: -“Desça já daí! Você vai cair e se machucar seu menino maluco”! Nesta inversão de papéis, o medo do adulto projeta na criança o “seu” medo de voar. Logo, caso aceitemos esse recado, internalizaremos um sinal de que “Não se Pode Voar”. Passamos, então, a viver um outro personagem, o do “não sou capaz”, “não posso ver diferente”.

O tempo passa, até que nos esquecemos dessa aventura e agora, um pouco mais crescidos, num belo dia de chuva, resolvemos fazer um belíssimo desenho, um arco-íris cor de vinho, um sol azul (reflexo do mar) e uma linda floresta de tons rosa, da cor do amor.

Novamente, depreciando a constelação infinita de possibilidades, alguém fala que o sol só pode ser amarelo, que o arco-íris tem várias cores e que a floresta não é cor de rosa. Não se pode criar! Assim, mais uma vez, enclausurados em nossas frustrações, aceitamos a ideia de que devemos apenas “imitar”. Então, ansiosos por agradar a quem nos desagrada, representamos todos os dias.

Boa Reflexão…

Gisela Purper Barreto – Escrita Criativa – Psicóloga clínica/Pós-graduada em Arteterapia