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30 de outubro de 2019

Naquele dia o sol parecia mais belo.

Os pássaros zoavam em volta das estrelas, contornando a lua tímida escondida atrás das nuvens a espera de um sinal para despertar! Foi nesse mesmo dia que Maria decidiu cavalgar até o galpão do vilarejo na ânsia de seu bem amado encontrar. Seus cabelos longos soltos ao vento, a pele rosada, o rosto rubro diante da promessa de amor. Segue sem medo, linda, ingênua, com seu corpo trêmulo e exaltado.

João a avistou de longe e deslumbrou-se apaixonadamente com tamanha energia que inundou o ar. Ainda em estado de êxtase, aproximou-se dela e disse:

Quer dançar comigo?  Naquele momento compreenderam que não precisavam de nada mais para saborear tamanha emoção, só desejavam estar juntos. E o mundo estaria completo, coisas maravilhosas aconteciam…

Entrelaçados na energia pura de um amor infinito, mas, também, frágil, a vida seguia. De repente, uma amiga que Maria acreditava ser uma pessoa “íntegra”, de moral elevada, insistente invade a privacidade daquele espaço.  Cedendo aos seus caprichos, já não solta seus cabelos ao vento, também não se sente mais à vontade para cavalgar. João, sentindo-se traído, se entristece ao perceber que Maria não cumprira sua promessa de juntos caminharem. A distância agora era outra.

Conviviam na mesma casa, mas alguns móveis os distanciavam. A tristeza tomou conta dos dois, que não mais ouviam suas belas músicas, não dançavam a mesma canção e tudo tornou-se monótono e sombrio. Noutro dia qualquer, um circo que por ali cortava caminho, resolveu fazer uma apresentação de última hora no vilarejo. O som do alto-falante anunciava sua chegada e João, desperto, convidou Maria para (quem sabe?) terem uma nova oportunidade de voltar a sorrir.

Com um pouco de resistência ela aceitou o convite. Chegando ao circo, em meio a palhaços e picadeiros, havia um cavalo branco, lindo. Maria recordou de quando cavalgava livre junto ao vento para encontrar o amado. Uma pequena chama escondida em seu peito se projetou. Então, os dois entreolharam-se, e uma voz ecoava: – Voltem, lembrem-se do que os uniu! Já em sua casa, ascenderam a lareira, pegaram duas taças de vinho, colocaram o disco na vitrola e, num gesto delicado e sutil, João perguntou novamente a Maria: – Quer dançar comigo?

Antes de reclamar, procure lembrar-se sempre da pessoa que você viu pela primeira vez, pois foi por essa pessoa que você se apaixonou! Pense nisso. Gentileza gera gentileza.

Boa Reflexão…

Gisela Purper Barreto – Escrita Criativa – Psicóloga clínica/Pós-graduada em Arteterapia