24 de novembro de 2019
Naquele dia o céu cintilava átimos infinitos na cor prata, que se apressavam a acomodar-se em meio às pequenas árvores. João, um menino muito esperto que morava nas montanhas, seguia na direção de sua cabana quando, de repente, deparou-se com esse magnífico espetáculo que se exibia diante de seus olhos. Encantado, quase que enfeitiçado, paralisou-se no mesmo instante em que observava a velocidade do ar que se movia e a tudo entrelaçava. Majestosamente, a natureza abraçava e recolocava cada partícula em seu devido lugar.
No espaço/tempo dessa ilusão, João, de longe avistou o velho moinho abandonado com seu cata-vento, cujos ponteiros presos ao arco, moviam-se tão velozes quanto tudo o mais. O giro do cata-vento não podia ser visto com clareza, mas o menino podia senti-lo com o coração. As lâminas afiadas desafiavam o vento, e este se comportava com ferocidade na intenção de domesticá-las. Nesse jogo, girando e zumbindo, o vento gritava, insistia, competia com o moinho de vento numa contenda impossível, já que um dependia do outro.
Numa luta cega, ambos esqueciam-se de algo muito precioso: que atuavam juntos. João, compreendeu a cena que se desenrolava à sua frente, tudo está interligado no movimento contínuo dos elementos da natureza. Este é o mistério e o espetáculo da vida!
Gisela Purper Barreto – Escrita Criativa
Psicóloga clínica/Pós-graduada em Arteterapia -Contato: 985843945
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