28 de fevereiro de 2020

Dando um clik no meu note, sintonizo uma canção e me conecto a seu movimento. Neste instante, dou um like, sem sentir. O som de uma bateria me deixa inebriada, envolta a vozes sem sentido. Me permito, sem hesitação, a me distrair junto às notas musicais. Palavras soltas circundam minha cabeça e, mesmo que eu não as compreenda, apenas “sigo”, ligada nesta sintonia. Já enfeitiçada, acabo por me esquecer de quem sou. Não penso sobre a letra da música: – “Hei, você aí, Piriguete da favela! Está me provocando? É pra mexer, é pra dançar. É pra descer quando eu mandar…” Sem questionar a intenção por trás do som, eu apenas acompanho o ritmo. Mas uma voz interior insiste, de tempos em tempos, em se manifestar: Porque tenho que descer quando alguém mandar? Quem é esse alguém que quer que eu desça?  Reformulo minhas possibilidades e neste instante, diante da resistência daqueles que seguem o fluxo, me vejo só. Assim, posso deixar a leveza do meu espírito se manifestar. Chega de descer, agora decido só subir. Cansada de ser provocada, agora provoco a mim mesma e me desafio todos os dias com a oportunidade de ouvir outras canções, outras palavras e conhecer outras pessoas. Os sons continuam a me provocar, só que agora eu escolho o que vou ouvir e o que me faz sentir melhor. Porque já tenho respostas que me elevam no ritmo das batidas elegantes de meu coração.

Boa Reflexão!

Gisela Purper Barreto – Escrita Criativa – Psicóloga clínica/Pós-graduada em Arteterapia

Cursando Extensão em Neurociência do Comportamento Pela Universidade Internacional de Ciências do Espírito –  UNIESPÍRITO – Contato: (51) 985843945