4 de setembro de 2019
Nos primeiros nove meses de vida experimentamos tudo o que há de bom nos quesitos conforto e segurança. Recebemos pronto o alimento, não falta calor, repouso…Só não sabíamos que havia uma data limite para deixarmos este paraíso. Esperávamos não ter que seguir por um caminho desconhecido e hostil, onde teremos que aprender praticamente tudo para não sucumbir ante as intempéries e vicissitudes inerentes à vida de qualquer ser vivo. Ainda na aurora da existência, atendidas as necessidades básicas, imaginamos resolvidos todos os problemas.
Mas eis que, inadvertidamente, assumem repentina importância o reconhecimento, o afeto, a estima e até, um pouco mais tarde, a necessidade de realização pessoal.
A questão que se apresenta é: como tornar-se ativo diante de um universo de passividade? Migalhas de prazer são acessadas com apenas um clic e frustrações são descartadas, basta mudar a imagem ou a tela. Assim, vamos copiando e colando, pouco criando. Expectadores, não assumimos o protagonismo de nossa própria história.
Desejamos mudar o mundo, mas esquecemos que temos que mudar a nós mesmos. Conectados o tempo todo, caminhamos sem saber para onde, e depressivos nos tornamos. Amarelamos diante da vida!
E nessa teia neural, somente as emoções podem despertar a essência criativa que dará outras cores ao mundo.
Gisela Purper Barreto – Psicóloga – CRP 07/28740