Basicamente, me visto de dois personagens principais.

O primeiro é aquele que levanta cedo, estuda, trabalha, bebe água, faz calo no pé, discute, lava louça…

O outro, oposto, é aquele que dou vida para despertar o interesse das pessoas por suas qualidades mais alinhadas com o que considero próximo do ideal. Está sempre sorridente, com as unhas decoradas, comparece a eventos concorridos, usa roupas da moda e posta fotos com seus amigos e sua família perfeita.

Num tempo em que a opinião do outro é mais importante do que aquilo que eu acredito, penso ou sinto, posso perder a noção da realidade, confundindo os personagens. O parâmetro de comparação com a “felicidade” alheia se torna mais elevado a cada dia, a exigir constante atualização.

Esta pressão social se caracteriza por baixa tolerância, não perdoando qualquer desvio do padrão. Julgamentos e críticas são os principais mecanismos de controle. Então, o tempo on-line vai se ampliando, somente permitindo pausas para um café ou uma bebida (tudo devidamente registrado e compartilhado para ganhar likes).

No entanto, sempre é tempo de retomar a direção da minha vida, identificando o que é de fato importante e verdadeiro. Redescobrir valores e amores. Permitir-me o encontro comigo mesma e com o outro.

A homeostasia dos meus personagens.

Boa Reflexão…- Gisela Purper Barreto – Escrita Criativa – Psicóloga clínica/Pós-graduada em Arteterapia

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